Minha prima de São Paulo, Gaspari e Safire...

Faz não muito tempo, comecei a ler o Globo com certa regularidade. Sempre assinamos o JB. Porém, certo dia uma prima de São Paulo veio morar conosco; e junto com ela a assinatura mensal do referido periódico. Durante muitas semanas o Globo permaneceu intocado, das sete às dezenove; imóvel. Passado alguns dias resolvi dar uma olhada, quase que por piedade da quantidade de folhas que iam pro lixo sem qualquer aproveitamento maior. Pois bem...

Desde então, entre Zuenir Ventura, as Cartas dos Leitores e um e outro colunista, li esta semana a coluna de Elio Gaspari entitulada 'Safire, um mestre genial da direita' onde informa que William Safire, colunista de direita do jornal americano 'The New York Times', se aposentara. Citando Gaspari, 'Safire pendurou a faca aos 75 anos e 32 de malvadezas, convicções, ironias e estilo. Sbretudo estilo'. E foi neste estilo do 'direitista vitupertaivo' (auto-definição) que Safire desenvolveu seu último artigo para o 'The New York Times'; e que Gaspari comentou em sua coluna.

(nota: você está agora no meio do 'post'. comece aqui.)

O artigo de William Safire chama-se 'How to Read a Column'; onde apresenta 12 conselhos aos leitores dos textos produzidos pela 'espécie de jornalistas que se denominam colunistas'. Abaixo estão 8 deles livremente adaptados pelo colunista Elio Gaspari:

1. Nunca procure o tema de um artigo no primeiro parágrafo. Os colunistas colocam a azeitona lá pela metade do texto. Dá um sabor de exclusividade ao leitor que percebe o valor da informação. Apressado, comece pela metade.

2. Não leia artigos que tratam de dois assuntos. Eles informam apenas que o sábio não conseguiu decidir a respeito do que ia escrever. Safire alerta, entretanto, que 3 assuntos podem dar ao artigo uma forte estabilidade. 'Two's a crowd, but three's a gestalt.'

3. Não se iluda com falsas associações. Os articulistas adoram usar argumentos da esquerda contra a esquerda (Lula contra o PT) ou da direita contra a direita (Delfim Netto contra os juros altos). Em geral não querem dizer nada.

4. Cherchez la source. Pergunte sempre: quem pode ser a fonte deste artigo? A quem interessa isto que está aí? E sempre que um articulista citar uma fonte 'confiável' ou 'autorizada', procure lembra se alguma vez ele já citou uma fonte 'desautorizada' ou 'desconfiável'.

5. Cuidado com a erudição circular. O artista começa seu artigo com uma referência histórica ou com um caso interessante. Lá pelo meio do texto retoma o tema, dando ao leitor a impressão de que sua argumentação era sólida. Muitas vezes ele voltou ao ponto de partida sem ter ido a lugar algum.

6. Cuidado com o reconhecimento de pequenos erros. Ao fazerem isso, os colunistas conseguem um crédito com o leitor que os desobriga de reconhecerem erros de julgamento muito mais sérios.

7. Não perca tempo com polêmica entre colunistas. Quando os observadores viram participantes, os leitores acabam perdendo a verdadeira controvérsia. Estas discussões são como uma fotografias de pinturas de uma escultura.

8. Quando um artigo atroz provocar sua fúria, não mande mensagens agressivas ao autor. Sua fúria o leva a achar que acertou o alvo.

Safire termina o artigo citando Kennedy e se desculpa por só ter revelado tais truques quando já não presisava deles...

Em tempo: o artigo original em inglês pode ser lido no site www.nyt.com basta cadastrar-se, é grátis.

Posted at às 18:19 on quinta-feira, 27 de janeiro de 2005 by Postado por alziro neto | 0 comentários   | Filed under:

da [minha] janela [não] vê-se o redentor...



Posted at às 15:49 on segunda-feira, 24 de janeiro de 2005 by Postado por alziro neto | 0 comentários   | Filed under:

entre árabes e judeus...



"O que significa ser uma menina judia, de nome árabe, vivendo em um país católico, freqüentando escola protestante? O que significa ser uma jornalista brasileira, de origem judaica, cobrindo uma guerra árabe-israelense, nos países árabes, e com posições solidárias aos palestinos? "

Esta semana terminei a leitura deste incrível relato autobigráfico de Helena Salem, publicado em 1991, há 15 anos atrás, e ainda extremamente atual. A autora transmite, de maneira irretocável, toda a angústia vivida ao longo de sua vida contra qualquer tipo de opressão. O livro é, em algumas medidas, um grito a favor das diferenças e da tolerência; contra o etnocentrismo.

Helena Salem viu-se, aos 25 anos, como correspondente internacional do Jornal do Brasil no Egito; encarregada de cobrir a Guerra do Iom Kippur, ou do Ramadan, em outubro de 1973. O livro emociona e implica uma enorme reflexão não apenas sobre o conflito entre árabes e judeus...

"Quando os israelenses massacraram os palestinos nos campos de Sabra e Chatilla , em 1981, participei de um debate convocado pelo Paz, Agora, movimento constituído por judeus progressistas, no Rio. Por coincidência, o debate aconteceu no mesmo Colégio Bennet de minha infância, e seu objetivo era protestar contra a política militarista de Israel. Outros tempos. Falar contra o governo israelense já não significava ser anti-semita, como em 73. Mas para exaltar as justas posições dos progressistas contra o massacre, alguém classificou o primeiro-ministro Menahem Begin de 'mau judeu'. Um judeu que havia saído do bom caminho. E esse alguém começou a discorrer sobre a grandeza do judaísmo, como se tudo que dele viesse fosse bom, e o mau estivesse fora dele. Não é verdade, pensei. Não é preciso mitificar para valorizar. Todas as culturas têm seus bons e maus aspectos, e os mais ou menos, e depende do tempo, da geografia, inclusive também para onde aponta a câmera de quem olha. Antes de ser um bom ou mau judeu, Begin era um péssimo ser humano, racista às avessas, belicista opressor.
Meu pai, como quase todo homem judeu sefardi, também oprimiu a mulher e as filhas. Ele era uma pessoa boa, e um 'bom judeu'. Mas, para mim, como mulher, esse aspecto de sua formação cultural foi ruim. Tanto que, menininha, tive a certeza de que, para viver, teria de me livrar desse fardo. Desse lado 'mau' de ter nascido mulher judia sefardi. A cultura árabe também oprime a mulher, e tem coisas lindíssimas. Há fascínoras e poetas em todas as culturas."

Posted at às 03:02 on sábado, 15 de janeiro de 2005 by Postado por alziro neto | 0 comentários   | Filed under:

só o cabelo...



Outro dia disseram-me que este rapaz aí da direita se parecia comigo... hmmm... pensando bem acho que só o cabelo...

Posted at às 17:52 on sexta-feira, 14 de janeiro de 2005 by Postado por alziro neto | 0 comentários   | Filed under:

palimpsesto urbano



Presenciamos hoje uma total desqualificação dos espaços da cidade do Rio de Janeiro frente à crescente dualidade formal x informal. A cidade cresce seguindo uma lógica informal de produção de espaços que vai além de planejadores urbanos, políticos e empreendedores.

O poder público se mostra cada vez menos capaz de responder à demanda habitacional em uma cidade impregnada de desigualdades e em constante transformação.

A cidade sofreu na última década um esvaziamento de pólos industriais importantes, principalmente devido ao aumento da violência. Grandes fábricas e galpões abandonados surgem em diversos pontos da malha urbana carioca gerando espaços de conflito e atrofia urbana; freqüentemente alvos de invasões irregulares para a habitação.

Estes espaços industriais sub-utilizados representam um grande potencial para a revitalização dessas áreas, servindo como elementos-chave para a transformação de seu entorno imediato.

A presença desses espaços ao lado de favelas, forçando a população a ocupar áreas de risco nas encostas dos morros, representa uma das maiores contradições em uma cidade carente de moradia .

É urgente o desenvolvimento de novas estratégias traçadas sobre métodos formais e informais de produção habitacional e como estes poderiam ser articulados para uma requalificação da cidade do Rio de Janeiro.

Posted at às 03:30 on terça-feira, 11 de janeiro de 2005 by Postado por alziro neto | 0 comentários   | Filed under:

ode ao [a barriga de um arquitecto]

Faz já algum tempo, e portanto já não sei como e por quê, fui parar em um blog chamado [a barriga de um arquitecto] de Daniel Carrapa, arquite(c)to.

O blog, além de sempre muito bem organizado é freqüentemente atualizado; e por vezes já me trouxe muitas surpresas e links interessantes tanto no universo da arquitetura portuguesa e internacional, como nas áreas de design, política, artes e afins.....

Ao decidir tornar-me também 'blogueiro', não consegui imaginar outra referência. Cadastrei-me no blogspot; fiz uns tutoriais de html; obtive algum sucesso; e outros tantos 'desucessos'...

Foi então que entrei na barriga de Daniel Carrapa e graças ao Internet Explorer pude entender como se organiza/personaliza uma página em html; li o código fonte; tomei conhecimento do Photobucket, do Haloscan, do SiteMeter....

Ainda em processo de construção, o {alecrins no canavial} agradece todo o apoio e esclarece que esta semelhança no layout da página não é mera coincidência, mas é temporária....

ainda preciso de um tempo para me acostumar...

em tempo: precisava tirar aquela borda roxa que envolve o logo 'I Power Blogger'.... alguém ajuda?

Posted at às 00:40 on domingo, 9 de janeiro de 2005 by Postado por alziro neto | 0 comentários   | Filed under:

! ! ! viva o theobaldo ! ! !



Posted at às 12:33 on sábado, 8 de janeiro de 2005 by Postado por alziro neto | 0 comentários   | Filed under:

biomega

Quinta-feira


A BIOMEGA é uma empresa dinamarquesa que fabrica bicicletas. O modelo acima foi desenhado especialmente para mulheres e não possui correntes. Os preços variam de 900 à 5.500 euros! Algum interssado? De qualquer maneira, vale uma visita ao site.

Posted at às 01:09 on sexta-feira, 7 de janeiro de 2005 by Postado por alziro neto | 1 comentários   | Filed under:

cenografia . arquitetura



pra quem não conhece este é o trabalho de cenografia do arquiteto português João Mendes Ribeiro, mas enfim, por hoje já apanhei demais deste BLOG. Outro dia falo mais sobre o assunto.




Posted at às 03:28 on quinta-feira, 6 de janeiro de 2005 by Postado por alziro neto | 0 comentários   | Filed under:

intro

"Sabe, no fundo eu sou um sentimental. Todos nós herdámos no sangue lusitano uma boa dosagem de lirismo..."


Pois então é isto que pretende este blog. Guitarras e sanfonas, jasmins coqueiros e fontes, sardinhas e mandiocas... apenas uma exteriorização daquilo que somos, ou melhor do que sou....

até

Posted at às 21:18 on quarta-feira, 5 de janeiro de 2005 by Postado por alziro neto | 0 comentários   | Filed under: